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"Reflexões Poéticas e Celebrações: Uma Jornada de Amor, Filosofia e Harmonia"

Atualizado: 16 de dez. de 2023



Ao concluir nossos afazeres neste peculiar dia 13 de dezembro, escolhi dar atenção à crítica em vez de desafiar a suscetibilidade da "Deusa Nemesis". Contudo, com todo o respeito à deusa, nosso encerramento foi, sem dúvida, um espetáculo de significativa importância e auspicioso.




Despedimos-nos em Uberlândia, após o sexto encontro do Projeto Ciclo Poética, uma jornada já inscrita no plano de contrapartida a ser entregue ao Programa Municipal de Incentivo à Cultura - PMIC. Em breve, estaremos nos campos do Distrito de Cruzeiro dos Peixoto, onde a conversa e histórias fluem extraordinariamente de modo natural, juntamente com outras escritoras “quintalistas”.



A entrega neste aguardado encontro foi verdadeiramente memorável. Erlândia compartilhou uma história repleta de pedras preciosas, desafios, superações e uma gratidão infinita por seu pai. Nossa convidada nos brindou com a difícil tarefa de transformar chumbo em ouro, enquanto revelava que seu primeiro poema participou de um concurso sem seu conhecimento. E para surpresa de todos, o agente desse ato poderoso apareceu para testemunhar esse momento sublime e sagrado. Erlândia nos tocou com seu exemplo, força de superação e generosidade se colocando como uma verdadeira Assistente Social. Lembrando que Erlândia não é uma assistente social, ela é “A Assistente Social”. Só quem esteve lá para saber o porquê de tanta ênfase. 



Também tive o meu momento no palco, iniciando com as boas-vindas ao modo "Clárissa Pinkola", e um discurso um tanto "melancómico", destinado àqueles que hesitam diante dos encerramentos de ciclos. Senti o chamado para abordar o tema central da filosofia que se desenha em nosso dia a dia, muitas vezes ignorado sob uma expressão de impassividade. Final de ano, final de projeto, assim como o desfecho de uma jornada, traz sempre consigo uma mensagem. E a grande questão é: estamos realmente captando essa mensagem?





Esse tema também percorre as páginas do livro "Ciclo", à medida que atravessamos as estações de uma Jabuticabeira. Simples de reconhecer a "vida-morte-vida" na natureza, mas complexo de aceitar em nossa frágil e breve existência. Acredito ter sido um tanto irreverente, mas sempre com o devido respeito ao "memento mori". Afinal, há beleza até mesmo na transitoriedade, e a irreverência pode ser uma forma de encarar a efemeridade da vida.



Erlândia e eu fomos agraciadas com homenagens afetuosas de amigos, verdadeiros pilares em nossa jornada. Um momento singular que não apenas nos nutriu, mas também nos encheu de uma gratidão profunda. Rogério Ferreira, Nayara Medeiros e Mário Alves foram aqueles que deixaram marcas indeléveis em nossos corações. Manter a chama acesa com o calor da amizade deles é vital e nos enche de alegria. 


Conforme a lei de Newton, para se conquistar algo, é imperativo abrir mão de outras coisas.  Com a garantia de um amor que transcende tempo e espaço, trilhamos o nosso caminho. E nas palavras de Clarissa Pinkolla Estés, que inspirou os nossos roteiros:


Essa atitude de deixar morrer, deixar viver, é muito importante. Trata se do ritmo básico e natural que as mulheres devem compreender... e vivenciar. {...] Para a maioria das mulheres, deixar morrer não é contra sua natureza, é contra sua criação. Isso pode ser modificado. Todas nós sabemos no fundo de 'los ovários' quando chegou a hora da vida, quando chegou a hora da morte. Podemos tentar nos enganar por vários motivos, mas sabemos. Pela luz da caveira incandescente, nós sabemos.


Assim como Erlândia, abandonei diversos amores para dar vida e me dedicar a uma nova paixão: a filosofia e a paixão pelos livros. Tenho o hábito de experienciar, profundamente, as palavras que me tocam, assim como o meu próprio nome. Uma escolha que enfatiza a liberdade individual e a responsabilidade nas decisões que moldam nossas vidas.




O amor de Erlândia é dedicado ao autocuidado, uma joia que ela compartilha generosamente com as mulheres que mais necessitam de amor e atenção, especialmente aquelas em tratamento oncológico. Para Erlândia, a solidariedade é a força que estrutura a coesão social e promove o apoio mútuo entre os membros de uma comunidade, destacando especialmente o suporte às mulheres.



E as flores do meu jardim? Ah, elas foram como encantadoras fadas, tão preciosas, perfumadas e generosas em suas palavras, presença e mensagens. Débora Campos nos presenteou com um pequeno livro, como se estivesse lançando um feitiço, batizando as escritoras com nomes de flores. Restou a mim o batismo de Colibri, um toque mágico que ressoa com a delicadeza das asas dessas criaturas encantadas. A força desse batismo foi verdadeiramente indescritível, como se a magia das palavras e das flores se entrelaçasse em uma dança cósmica e poética.



Nosso encontro foi guiado por uma Fada, Maira Nani, que se mostrou não apenas um suporte, mas uma fonte de inspiração e um exemplo de dedicação. Maira abraçou a ideia do Ciclo Poética e, como Zéfiro, o vento, espalhou essa inspiração aos quatro cantos do mundo. Maira, merecidamente, foi coroada como a Jobs do Ciclo Poética, destacando a importância crucial de sua contribuição.



As alunas da Unitri também fizeram parte dessa jornada. É digno de nota que nosso projeto se tornou tema de estudo, o que enche nossos corações de alegria e gratidão. Ilta Albernaz, nossa dedicada ativista literária, compartilhou não apenas sua história, mas também sua paixão pelos livros e suas experiências no fascinante e desafiador cenário das livrarias. Estamos profundamente agradecidos por cada contribuição e por tornarem nossa experiência ainda mais rica e significativa.




Caroline estava à altura, vestida como uma Linda Mulher. Ela acariciou nossa alma com seu talento, tocando as notas do piano que, assim como a vida, representam a felicidade nas teclas brancas e a angústia nas teclas pretas. Com coragem e irreverência, Caroline, literalmente, desceu do salto para brilhar, nos presenteando com sua magnífica interpretação da música “Hallelujah”, de Leonard Cohen.



Para finalizar, encerramos com as palavras de Mário Quintana:


"Nada jamais continua, tudo vai recomeçar"

Até breve!

Silvia S S

16/12/2023

 







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