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A tragetória até o ciclo

Para você conhecer um pouco da nossa história e de como o Projeto Ciclo se desdobrou a partir de outros projetos, Aqui abaixo nossa linha do tempo. 

O “Projeto Ciclo” é um desdobramento de Projetos anteriores da autora como o Projeto “Filosofandoagora” (2005 – 2013) e “Projeto Arte pra Sabê” (2014 – 2015). 

Há mais de 10 anos a Autora e Produtora Cultural, Silvia Sant’Ana, realizou mais de 50 encontros tendo impactado aproximadamente 1000 pessoas através de eventos culturais e das mais de 8000 visualizações das publicações em seu blog “Projetofilosofandoagora” e Arte pra Sabê. 

Convém compartilhar a história desses encontros e como tudo começou. Pois, tudo tem um começo e uma motivação que nos impulsiona a agir. 

O início das ações e motivações da autora começou com a intenção de querer reunir pessoas; uma vontade de conversar sobre temas existenciais, políticos e filosóficos; um impulso imperativo de quem, utópicamente, almejava difundir a filosofia através do compartilhar ideias. Naquela época, ano de 2005, uma questão política e urgente a estimulou a reunir pessoas para que pudessem filosofar como os primeiros filósofos. A grande questão que estava mobilizando o país era o plebiscito sobre o “desarmamento”. A população deveria responder: “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?" O primeiro tema do nosso primeiro encontro foi “Armar ou desarmar”. A reunião foi conduzida pelo querido Professor Filósofo Mário Alves de Araújo Silva. Um encontro que reuniu 10 (dez) pessoas interessadas em conversar e compartilhar pontos de vista sobre um tema polêmico de evidência nacional. 

Outra motivação para mobilizar esses encontros foi a vontade de resgatar o espírito da ágora. O nome do projeto “Filosofofandoagora” não se referia apenas a filosofar sobre as questões do agora. A intenção era partir desses pontos conflituosos e transformar nosso espaço privado em público, ou seja, numa verdadeira ágora. Ágora significa praça pública. Lugar onde os gregos se reuniam para discutir questões pertinentes à cidade. A ideia era bastante simples: compartilhar nossas ideias, pontos de vista, organizar nossos pensamentos e visualizar saídas para os nossos conflitos existenciais, emocionais, sociais e ambientais. 

Em nossa cultura a divulgação e o próprio ato de filosofar não é nada cultivado pela maioria da população. Então, para nós, o acontecimento mais importante nesses encontros era poder nos alegrar com o número de participantes, além da conversa calorosa, animada e potente que sempre acontecia. Não importava se o encontro contava com 5, 8, 10, 15, 20, 40 pessoas. Não importavam os números. Para nós, mais do que um grande público que fizesse alvoroço, o mais importante era receber os participantes e perceber a interação com o palestrante convidado que conduzia o tema daquele encontro. Os finais dos encontros eram marcados por aquela sensação de “quero mais”; “precisamos fazer mais isso”; “como é bom conversar”; “estamos saindo desses momentos mais nutridos”. 

A alma humana é perfeitamente alimentada a partir daquilo que realmente abastece a sua essência. O ato de conversar é o que nos torna humanos. Conversar resgata a nossa humanidade.  Quando a conversa é doce e, ao mesmo tempo, profunda, ainda que reflexiva, ainda que expondo verdades substanciais, ainda que contrariando nossos pontos de vista, gostamos disso. Porque a alma gosta de ser provocada, a nossa alma gosta de ser tocada por aquilo que é doce e auspicioso, reflexivo, provocativo e contraditório. Gostamos disso porque essa provocação saudável é o que eleva a nossa consciência. 

O que deu certo para nós nesses mais de 50 encontros foi permitir que os participantes pudessem interagir na conversa. Esse foi um dos nossos objetivos mais conquistados em praticamente todos os encontros.  Pois, as pessoas além de gostarem de conversar, na realidade, elas necessitam de um espaço onde possam falar e ouvir. Todo mundo possui histórias e experiências que podem contribuir com o tema em discussão. Então, dar voz e espaço para essas contribuições são de suma importância para o reconhecimento desse participante que traz um fato, um evento, um conhecimento, uma história. Todos se beneficiam de um ponto de vista diferente. Toda história é importante para nossa própria história. Até mesmo o simples ato de apenas ouvir é uma arte que se desenvolve nesses momentos em que há trocas de saberes, experiências e conhecimento. Esse conhecimento (das histórias) não é menos importante se for mais prosaico, do que mais acadêmico e científico. 

Aprendemos com a jornada desse projeto, que constitui parte da nossa história, que a promoção desses encontros — que viabilizaram a troca de saberes, de olhares, de uma escuta atenta, de uma fala pensada, de um momento de reflexão para aceitar ou manifestar uma opinião — é de suma importância para o desenvolvimento das relações humanas. O conversar é um modo de organizar as ideias, os pensamentos e as emoções. Ter mais e mais espaços que promovam essa organização intelectual e emocional acreditamos ser de uma grande contribuição social àqueles que não possuem um espaço aberto para, não apenas expor suas ideias, mas também organizar o caos mental. Acreditamos que espaços de troca e de saberes são cada vez mais imperativos para uma contribuição planetária. 

O Projeto filosofandoagora teve seu início em 2005 e seguiu com essa feliz denominação até dezembro de 2013. Os encontros a partir de 2014 seguiram com a mesma proposta, porém num formato diferente, incluindo mais arte com o intuito de promover uma maior sensibilização. O Projeto ganhou novo nome e o apoio da Secretaria Municipal de Cultura através do Programa Municipal de Incentivo à Cultura – o PMIC. O Projeto Arte pra Sabê, promoveu ao todo 7 encontros com participações de parceiros locais e regionais. 

Na oportunidade desse relato não podemos deixar de mencionar a grande contribuição de parceiros que marcaram a história desses encontros e foram imprescindíveis para a realização de um projeto cheio de riqueza, cultura, arte e reflexões. Os nomes que merecem destaque são: 

Cláudio Strondum - Artista e produtor cultural; Georgia Amitrano - Filósofa e mediadora de todos os encontros desse projeto; Silvana Gasques - Musicista pianista; Leonardo Almada – Filósofo; Monja Myoden (Adriana Retamal); Antônio Marcos Ferreira Júnior - Artista e Arte Educador; Rafael Pombo - Músico e filósofo; Marco Aurélio Querubim - Filósofo, escritor e Diretor do Grupo Emcantar; João Batista da Silva - Capitão e presidente do Moçambique  Branco (Araguari – MG); Luiz Salgado - Músico, Violeiro e Compositor; Márcio Bonesso - Doutor em Sociologia e Músico; Jane Cobo – Cantora; André J. Gomes  - Escritor (Sorocaba – SP); Edson Denizard - Músico e Compositor; Ana Thomaz – Educadora, professora da técnica Alexander, mãe de três filhos desescolarizados (Piracaia – SP); Eduardo Bernards - Designer gráfico.

Somos afetados e feitos por uma rede de relacionamentos muito ampla. A realização desses encontros não teria sido possível sem a parceria, apoio e engajamento dessas pessoas. Nada de grandioso se constrói sozinho. Para nós, é uma felicidade imensa poder contar com esses parceiros. Sabemos que apoiando somos apoiados. Foi nessa dinâmica de muitas parcerias e encontros que a Produtora Cultural e, agora, idealizadora e autora do Projeto Ciclo vem percorrendo a sua jornada na promoção da filosofia e da arte. 

Para além desses encontros, no período de 2015 a 2021, a autora mergulhou num processo profundo de autodescoberta. Momento em que suspendeu, temporariamente, seus projetos, ela percorreu o caminho e estudos sobre Yoga, filosofia oriental, meditação, práticas contemplativas, pequenos retiros, experiências com fotografia, viagens curtas, porém, transformadoras e muitas leituras ocuparam esses anos. Uma espécie de entrada na toca do coelho para um encontro consigo mesma. 

No ano de 2020, após muitas reflexões e momentos de introspecção, a autora decide encaminhar o Projeto Ciclo ao Programa Municipal de Incentivo à Cultura. Pela segunda vez o seu projeto é aprovado e agora decide engajar-se no desenvolvimento do seu primeiro livro. 

A obra “Ciclo — uma poética dos sentidos e da percepção” traz fotografias de um ciclo de uma jabuticabeira que lhe serviu de inspiração para pensar, metaforicamente, a vida humana em todas as suas estações. Ainda, esse livro é um convite para que o leitor possa se inspirar em suas reflexões e fazer um retorno ao que realmente importa: encontrar-se consigo mesmo em momentos de pausa, contemplação, repouso do corpo e da alma. Exatamente a experiência que a autora fez sem ter tido um “ano sabático”, sem ter peregrinado pelo caminho de Santiago de Compostela. 

O “ano sabático” e o caminho são sonhos da autora. Sua experiência num quintal pequeno, com plantas, terra, ar, sol e uma árvore frutífera e seu próprio corpo lhe ensinaram que o sagrado está dentro de nós. A nossa casa, o nosso corpo, o nosso coração e um punhado de terra fértil é o suficiente para se constituir num espaço sagrado. Nesses lugares habita a essência daquilo que buscamos longe. Caminhar é preciso, peregrinar se faz urgente, conhecer templos sagrados é a maior benção de nossas vidas. Não sendo possível, no momento, podemos reconhecer em nosso foro íntimo o Mistério que habita todos os cantos desse multiverso. 

Essa jornada de autodescoberta levou a autora a se reconhecer como uma filósofa de jardim, além de buscadora de si mesma. Um jardim é um espaço primoroso para se pensar, filosofar e refletir a partir do contato com o mundo natural, assim como faziam os primeiros filósofos. A natureza esconde saberes profundos que só podem ser descobertos por um buscador capaz de cavar profundo e encontrar tesouros e respostas debaixo da terra. 

Sejam bem-vindos ao Ciclo. Agradecemos sua leitura.

 

A maior aspiração da autora é que os seus insights, ideias e questionamentos possam inspirar a sua jornada de autodescoberta e assim sentir a alegria de estar numa viagem única e maravilhosa chamada vida. 

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