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"Tecendo Magia e Nomes: A Prodigiosa Jornada de Débora Campos no Jardim Ciclo Poética".

Atualizado: 21 de dez. de 2023





A generosidade das mulheres se manifesta através do compartilhamento de histórias, da criação de fantasias e da atribuição de nomes até então desconhecidos a outras mulheres - uma prática genuína de resgate e cura.

Débora, escritora prolífica de ficção e fantasia, nos surpreendeu no encerramento do Projeto Ciclo Poética com um pequeno livro que deixaria Saint-Exupery com uma inveja santa.


Débora, destacada no topo da logo, exibiu sua grandiosidade ao realizar algo que sua colibri, ocupada demais preparando o Jardim Ciclo Poética, não percebeu. Mesmo enfrentando tempestades e desafios, quase com o coração afundado na lama, ela perseverou com uma dedicação exclusiva e a força de um centauro. Vale ressaltar que sem a lama não há lótus, e o Rei dos Centauros, Quíron, é o curador e grande conhecedor dos segredos das ervas e das flores. Débora personifica essa dualidade, sendo ao mesmo tempo uma Flor de Lótus, símbolo de pureza e superação, e uma curadora incansável, assim como Quíron.





A bela e resiliente flor de lótus do Jardim Ciclo Poética, ela mesma, Débora desvendou o mistério e magia de cada participante que compôs nossa árvore. Ao reconhecer a delicadeza de "uma" brinco-de-princesa, a perfeição da linda Hortência, a presença marcante da Helicônica, o espetáculo charmoso "da" chapéu-de-mandarim, a imponência "da" clerodendro-vermelho, a versatilidade da lavanda, a elegância da afelandra-coral, a lindíssima zinia, a deslumbrante lágrima-de-cristo-vermelha, a surpreendente estrela do entardecer e se não bastasse acabou encontrando no meio desse jardim, uma curiosa colibri.



Convido-o(a) a contemplar as flores mais poéticas do nosso exuberante jardim, através das palavras inventivas de Débora Campos.

Meu lindo beija-flor…
Você me tocou suavemente com seu voo singelo, porém potente. E auspicioso…
Chegou de mansinho, rodeando-me, sondando-me, analisando se conseguiria sugar de mim o meu néctar, o suco que me faz ser quem sou.
E conseguiu. Sem muito esforço, conseguiu.
Assim como a flor-de-lótus, eu me abro apenas para aqueles que trazem luz e calor. 
E você, colibri, com seu bater de asas iluminado, conseguiu fazer brotar de mim emoções tão diversas quanto inusitadas.
Por sua causa, me vi em um jardim, rodeada de flores raras, cada qual com seu perfume e sua beleza peculiar.
E de cada uma, você conseguiu extrair o néctar, a essência que as tornam únicas e especiais.

Trouxe para seu jardim uma deslumbrante Lágrima-de-Cristo-Vermelha (que me foi apresentada pelo nome de Carla). Logo percebi que essa nomenclatura, um tanto triste, não fazia jus a ela, pois suas flores vermelhas e folhagem exuberante impressionam quem quer que a admire. Possui flores muito charmosas e cheia de variedades e conquista admiradores aonde quer que vá. A Lágrima-de-Cristo é muito mais do que apenas uma flor de beleza extraordinária: ela é símbolo de paixão e emoção, uma representação das lágrimas derramadas em momentos profundos de tristeza ou de alegria intensa. Exatamente por isso, ela encanta jardineiros em todo lugar.


Você cultivou uma zínia lindíssima, aquela pequenina flor de cores vivas, vermelho… roxo… Esta, de nome Emily, aparece sempre alegre, resplandecente, cada dia nos encantando mais com suas cores vibrantes e sorriso pleno. Embora pequenina, é forte e de folhagem vistosa. Por ser de fácil cultivo, floresce o ano todo, tanto em ambientes quentes, como em climas mais amenos. Porém, não suporta baixas temperaturas e geadas. É muito apreciada pela sua enorme quantidade de pétalas e cores que estimulam a imaginação de quem a contempla.

Em um jardim próximo a esse, você semeou uma afelandra-coral. Nome chique, elegante, para uma planta de venerável beleza. A do seu jardim chama-se Elza Teixeira. Apresenta folhagem densa e flores róseas, que surgem na primavera em inflorescências eretas, espigadas, de cor salmão. É especial por permanecer bela e colorida, mesmo com a chegada do outono. Aprecia o calor e a umidade, mas teme o sol forte das horas quentes do dia, quando prefere se recolher. Quem a observa, encanta-se com a poesia que dela emana.

Em outro momento, você cultivou duas flores de características ímpares. 
Uma delas é a lavanda, uma das plantas mais espetaculares que conhecemos. Quem nunca ouviu falar? A que me foi apresentada, chama-se Cleusa Bernardes. É uma das plantas mais versáteis da natureza, pois podemos desfrutá-la de várias maneiras. Muito apreciada por seu perfume doce e refrescante, traz harmonia ao ambiente e mantém as boas energias ao redor. 
Suas flores lilases ou azuladas, encantam qualquer ambiente. 

A outra é o clerodendro-vermelho. Nome imponente, não é? E faz jus a quem o carrega. É um dos mais belos representantes de um gênero que possui inúmeras espécies espalhadas por todas as regiões. A do seu jardim, colibri, chama-se Mônica Cunha. Com flores muito duráveis e de coloração viva, não passa despercebida em qualquer lugar que se apresente. Além disso, confere romantismo ao jardim. Muito resistente, consegue se desenvolver mesmo em solo pobre em nutrientes.

Em outro espaço de seu jardim, floresceu um charmoso
arbusto de chapéu-de-mandarim, uma planta muito ornamental e singular. Seu nome: Ana Holanda. Suas flores: um espetáculo à parte. São originalmente vermelhas ou alaranjadas, mas como ela não se contenta com limites impostos, pode ocorrer uma variedade completamente amarela. Ganha destaque especial quando plantada 
isolada, mas também forma excelentes ramagens em grupos.

Para dar um ar tropical ao seu jardim, você plantou a helicônia, e a chamou de Mayra Zuluaga. Com suas folhas de um verde vivo e brilhante, e flores que parecem esculpidas em madeira, a helicônia tem pinta de top-model – essas moças altas e de presença marcante, capazes de transmitir tudo, menos fragilidade. Nativa da Amazônia, possui hastes longas e pendentes, mas são levíssimas. Uma penugem avermelhada cobre toda a extensão colorida da planta, criando uma textura tão macia quanto o veludo. Seu jardim, beija-flor, ganhou mais vida.

No meio de tantas flores esplendorosas, você resolveu cultivar uma planta nobre e uma das mais populares do mundo, a hortênsia. O nome dela? Maira Nani. Suas flores grandes e vistosas podem ser encontradas em diversas 
cores, além de deixar o jardim bem mais charmoso. É uma planta curiosa, essa. Veja só: a cor de suas flores varia conforme o pH do solo de cultivo. Em solos ácidos, a planta produz flores azuis ou lilases, enquanto em solos alcalinos, a flor é rosa ou avermelhada. Portanto, sabe muito bem se virar em qualquer tipo de situação e não se deixa intimidar por quaisquer adversidades. Em resumo: é perfeita.

Por fim, colibri, você soube coroar seu jardim com uma planta que se assemelha muito a uma joia: o brinco-de-princesa. O nome dessa joia? 

Ilta Albernaz. Tanto seu formato quanto suas cores são ótimas para chamar a atenção de beija-flores e borboletas. Além de ser capaz de proporcionar enorme alegria ao jardim, tem um poder de atração muito grande e se desenvolve bem em qualquer ambiente. Ela foi, sem dúvida, essencial durante todo o processo de cultivo.

Para ajudar a compor seu jardim, já  repleto de flores encantadoras, você buscou uma planta surpreendente – a estrela do entardecer – e deu a ela o nome de Erlândia. Flor de rara beleza, ela traz boa sorte para o ambiente onde é cultivada, além de estar associada a sentimentos positivos, como bondade e afeto. É um símbolo de cuidado e respeito. Suas pétalas suaves com bordas em tom rosado, surpreendem pela delicadeza e graciosidade. Mas não se engane com essa suavidade – seu caule acumula grandes quantidades de água e nutrientes, o que faz dela uma planta muito resistente às intempéries. É uma flor simplesmente espetacular. Entretanto não se esqueça, colibri, de que ela adora a luz do sol, portanto, é de extrema importância fornecer-lhe luz solar adequada. Dessa forma, seu florescimento será, no mínimo, exuberante.



Esse é o seu jardim, beija-flor. Esse é o produto do seu trabalho. Essas foram as flores que você escolheu, pelas quais você se sentiu atraída, de uma forma ou de outra.
Mas esse não é o fim de um projeto, muito pelo contrário. É o começo de grandes amizades e o impulso para outros trabalhos tão valiosos quanto. 
Agradeço de coração por ter sido convidada a fazer parte desse jardim, ter tido a chance de conhecer flores tão encantadoras. 
Nós todas agradecemos por termos tido a oportunidade de lançar nossas sementes em outros jardins.
Seremos eternamente gratas, meu lindo colibri.


"A escolha criteriosa de amigas e companheiras, para não falar nos mestres, é de importância crítica para continuar consciente, para continuar intuitiva, para manter o controle sobre a luz incandescente que vê e sabe".
Clarissa Pinkola Estés

 


 

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