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Oráculo e Postais: Poéticas da Escuta

Atualizado: 2 de jul.

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Desde tempos imemoriais, a humanidade procura meios de dialogar com o invisível, escutar o que está além do imediato e encontrar sentido nas dobras do tempo. Os oráculos nasceram dessa necessidade profunda de conexão com o mistério, com o sagrado, com aquilo que, embora silencioso, nos chama.



Desde tempos imemoriais, a humanidade procura meios de dialogar com o invisível, escutar o que está além do imediato e encontrar sentido nas dobras do tempo. Os oráculos nasceram dessa necessidade profunda de conexão com o mistério, com o sagrado, com aquilo que, embora silencioso, nos chama.


A palavra oráculo vem do latim oraculum, derivada de orare, que significa “falar, rogar, suplicar”. No mundo antigo, o oráculo era tanto o local sagrado quanto a resposta divina dada através de um intermediário — um sacerdote, uma pitonisa, uma voz interior. Em lugares como Delfos, na Grécia, ou Siwa, no Egito, as pessoas viajavam quilômetros para consultar os deuses sobre suas escolhas, dúvidas, caminhos.


Com o passar dos séculos, os oráculos foram ganhando novas formas. Hoje, estão nos tarôs, nos búzios, nas cartas, nas runas, nos sonhos, nos símbolos que se revelam no cotidiano. E é nesse espírito que nascem os Postais-Oráculos.


No cinema, os oráculos continuam a ocupar um lugar simbólico como figuras de sabedoria, mistério e provocação. Em Matrix, a Oráculo é uma mulher simples, que assa biscoitos na cozinha enquanto conduz Neo a um mergulho interior. Seu papel não é dar respostas prontas, mas despertar perguntas essenciais — aquelas que ardem como brasas sob a pele. Em uma das cenas mais memoráveis, ela diz:

“Ser o Escolhido é como estar apaixonado. Ninguém pode te dizer que você está. Você simplesmente sabe.”



Essa fala ressoou profundamente em mim. Paixão é uma das forças que nomeio como parte dos meus 7Ps — caminhos de sentido que atravessam meu trabalho e minha vida. Paixão não se explica nem se ensina; é uma centelha interna que ilumina o caminho, mesmo no escuro. O oráculo, então, não aponta a direção — apenas acende a lanterna.


Um breve voo pela história dos postais


Os postais surgiram no século XIX como uma forma prática, econômica e encantadora de comunicação à distância. O primeiro cartão-postal oficial foi emitido na Áustria em 1869. Com o tempo, os postais ganharam imagens — cidades, paisagens, obras de arte — e tornaram-se lembranças afetivas de viagens, fragmentos visuais de outros tempos e lugares.


Receber um postal era (e ainda é) receber um gesto de presença. Um pedaço do mundo que atravessa o espaço para tocar alguém. Um bilhete do acaso, enviado com intenção.


Unindo essa tradição de envio poético de memória e afeto com a ancestralidade simbólica dos oráculos, surgem os Postais-Oráculos: imagens e palavras que oferecem não só beleza, mas também sentido. São convites a escutar o que ainda não foi dito — ou o que você já sabe, mas esqueceu de lembrar.


Uma tecnologia poética da conexão


Esses postais não são apenas imagens ou frases inspiradoras. Eles são chaves simbólicas, convites à pausa, ao sentir, ao pressentir. Cada série carrega uma intenção, uma vibração, um campo imagético que ressoa com diferentes aspectos da vida interior: sonhos, tempo, corpo, amor, saudade, travessia, renascimento.


São 12 séries — como os signos do zodíaco, como os meses do ano. Podem ser usadas como um oráculo intuitivo, uma prática diária, uma conversa com o mistério.


Tire um postal ao acaso. Observe-o. Leia. Respire. Escute com os olhos do coração.

Talvez uma pergunta seja respondida. Talvez uma nova pergunta nasça. Talvez apenas um silêncio te envolva.


Cada postal é uma mensagem. E você é quem a traduz.

 
 
 

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