Companheiros de Jornada

ciclopoetica
16 de fev. de 2023
3 min de leitura

Atualizado: 20 de fev. de 2023

Estamos todos numa jornada de autodescoberta. Jornada que irá nos conduzir à descoberta dos nossos talentos, de um propósito de vida mais significativo com a nossa essência e com o Todo, e a superação do autoengano. Desde o primeiro choro e a primeira inspiração, estamos buscando aprender a viver e a dizer sim a nós mesmos.

O que queremos de fato?

Transformar a nossa própria vida e a vida de todos na nossa tribo. Comunidade, humanidade. Trabalhamos assiduamente na nossa melhor versão para contribuir com aqueles que amamos.

"Para empreendermos a nossa jornada precisamos livrar-nos das ilusões relativas a nossa insignificância"

O Despertar do Herói Interior
Carol S. Pearson

Mas, qual seria o elemento mais importante para avançarmos em nossa jornada?

Podemos elencar diversos elementos fundamentais como instrumentos, técnicas, armas mágicas, mestres, gurus, professores, livros, cursos, florais e flores. Aqui, por ora, nessa breve reflexão gostaria de trazer como pauta principal, "os amigos". Sem desmerecer os outros elementos.

Os amigos são essenciais para avançarmos na nossa jornada. A boa amizade são esses companheiros de trilha que nos ajudarão a ter um coração amoroso, uma mente saudável, inteligência e coragem. O clássico “O Mágico de Oz”, representa exatamente o modo como acontece — na prática, na vida, na jornada e em qualquer empreendimento — a chegada e a colaboração de amigos, parceiros e aliados.

Aquele que se dispõe a seguir uma jornada de autodescoberta não pode e não conseguirá tal façanha, sozinho. Começamos desprendidos, audaciosos, acreditando que vai funcionar tal empreitada sem os companheiros de jornada. Mas não vai! Não funciona! Nem Cristo estava só. O que dirá de nós. Reles mortais.

Sem a compaixão, o apoio, os pitacos e os ensinamentos dos nossos amigos ficamos perdidos no meio da floresta, totalmente sem norte, corremos risco de morte. Ficamos confusos na selva de pedra; entramos em tocas; becos e cul-de-sac; ficamos rodando de lês-a-lês; sem destino. Ficamos raivosos, tristes, ciumentos. Tornamo-nos invejosos e, totalmente, acovardados, esquecendo dos nossos próprios dons e talentos.

Os nossos amigos nos ajudam a seguir pela estrada de terra, lamacenta ou de tijolos amarelos, porque a “Bruxa Malvada do Oeste” existe e sem os aliados vamos diretamente para dentro do caldeirão. Ficção à parte. A grande questão é que os antagonistas da nossa história vão aparecer. A sua função é nos tornar mais fortes. Importante contar com eles. Preparar o terreno é fundamental.

Quando plantamos flores no nosso jardim, contamos com a visita das borboletas, mas também com a rebelião das pragas. Vida natural e vida humana são símiles.

Seja para explorar a nossa própria existência, seja para colocar em ação uma ideia, um sonho, já reparou que quando você foca, direciona a atenção, se conecta com uma ideia genial, e essa ideia (uma espécie de Dharma) precisa se concretizar, sempre aparece uma ajuda, um anjo, um amigo que favorece que sejamos quem realmente somos. Ou seja, favorece o nosso despertar.

Na realidade não somos tão valentes assim, o Grande Mistério sabe que avançamos no caminho na companhia de boa associação, não importa se são malucos, de palha, sem cérebro ou covardes. O que realmente importa é o quanto nos sentimos amparados, espontâneos, provisoriamente seguros e alegres.

Os amigos genuínos ou a “boa associação” foi a descoberta mais importante que aprendi com meu professor de Yoga, Sérgio Carvalho, e os livros, que também são amigos que dizem isso de formas diferentes, o tempo todo.

E o critério para saber quem é amigo, aliado ou antagonista é o quanto estão favorecendo o nosso florescer. Vou repetir, não importa se são malucos, esquisitos. Ademais, desconfiem dos normais e certinhos. A normalidade foi considerada nociva por muitos psicólogos e psiquiatras, como Carl G. Jung que via nela um perigo à própria existência humana.

Um adendo para finalizar. Refiro-me aos loucos e malucos àquelas pessoas que se permitiram trilhar numa jornada de autoconhecimento e ser quem realmente são.

"Você está na ordem quando tem um amigo leal ou um aliado confiável. Quando a mesma pessoa o trai e engana, você sai da luminosidade do mundo de clareza e luz para o submundo escuro de caos, confusão e desespero".