Aconteceu – Terceiro Encontro
- ciclopoetica
- 19 de ago. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 20 de ago. de 2023

Foi extraordinariamente belo, bonito! Foi lindo, como tinha de ser. E não havia nenhuma possibilidade de ser de outro jeito. Sonhamos com esse dia florido e elegante, cheio de glamour, charme e magia das fadas.
Assim aconteceu o 3º Encontro do Projeto Ciclo Poética – Conversas e Histórias.
Imaginamos, cuidamos dos singelos detalhes e escolhemos as primorosas histórias.

Tudo costurado, conjuntamente — com o fio vermelho que sai do coração e com as ideias mais prometedoras — pela filósofa, proponente, e curadora Silvia Sant’Ana e pela mediadora, Maira Nani, Bibliotecária da Universidade Federal de Uberlândia.
Arquitetamos esses encontros com a certeza de que o que acontece na noite de cada Ciclo Poética não se apagará da memória dos nossos ouvintes/participantes. Assim, acreditamos ter conquistado a eternidade no coração de cada conviva, amigos, parceiros, amigas, irmãs, mães, filhas, jardineiro, livreira, peregrino, jovem, velho e ciclo-viajante.
Urdimos o plano mais bonito, florido e aconchegante para que as nossas convidadas pudessem se sentir à vontade e entrar no "nó da questão"; deixar fluir a "trama da história"; costurar e contar suas experiências mais bonitas, potentes e de superação diante das intempéries da vida.

Bordamos os meandros e os contornos desse encontro do início ao fim. Para que os nossos amigos, amigas, familiares e convidados pudessem ouvir com os ouvidos da alma, a essência das histórias e sentir o poder balsâmico da “história falada” que atinge partes do cérebro, inimagináveis.

Cleusa estava exuberante com seu jeito doce e acolhedor. Alegria em pessoa. Sorriso largo e fala aguçada. A autora de “Djanira na janela”, nos contou histórias de arrancar o riso e enfatizou sua crença de que “todo mundo se quiser pode escrever”, e contou a história de uma mulher que não sabia ler e escrever, mas foi capaz de construir um poderoso acróstico, com adjetivos positivos. “Isso dá uma tese”, enfatizou Cleusa Bernardes.
Cleusa foi homenageada por seu filho Ênio, ou Enzo Banzo, seu nome artístico e pelo nosso querido amigo, encantador, Marco Aurélio Querubim que cantaram juntos o seu poema: "Dentro". Momento surpresa para a autora e de poesia cantada para os convidados.
Mônica estava impecável na sua elegância. Na cordialidade e na sua fala vibrante e cheia de emoção. A autora, de “Entre um café e outro”, comentou algumas de suas crônicas e nos falou sobre a coragem que nos falta diante dos desafios da vida. “Coragem para se desafiar”, destacou, Mônica Cunha. “Coragem para sair da zona de conforto” e, diante do turbilhão do mundo, “não fechar a janela”.
Mônica foi homenageada pela amiga, jornalista e professora, Adriana Sousa, que lhe dedicou um poema afetuoso e admirável nos revelando que Mônica é uma “flor de pessoa, uma flor de cronista, que encanta seu público por meio da palavra”.
Mônica escarafunchou na sua memória as histórias mais preciosas. E Cleusa desenredou suas experiências mais significativas. Terminamos a noite enlevados, absortas, encantadas e embasbacados.
No final, fizemos o costumeiro sorteio de alguns livros e nesse momento tivemos a feliz oportunidade de ouvir o depoimento de amigos queridos como o Escritor Mário Alves de Araújo Silva, Ludmila Monteiro, do Instituto IAMAR, Renatinha do ReCria - Decoração Afetiva e do José Francisco, neto de Cleusa e filho de Enzo Banzo.
Para finalizar essa conversa sem fim que, literalmente, não acaba aqui, compartilhamos um trecho do livro — "Infinito em um Junco" de Irene Vallejo — que representa a escrita das nossas convidadas.
"Desde os tempos mais remotos, as mulheres contam histórias, cantam romances e fiam versos de amor ao calor da fogueira. Quando eu era criança, minha mãe me apresentou ao universo das histórias sussurradas, e isso não foi um fato casual. Ao longo dos tempos, as mulheres têm sido as principais responsáveis por desenredar à noite a memória das narrativas. Elas sempre foram tecedoras de relatos e de retalhos. Durante séculos desfiaram histórias enquanto faziam girar a Roca ou manipulavam a lançadeira do tear. Foram as primeiras a conceber o universo como malha e como redes. Entrelaçavam suas alegrias, esperanças, angústias, seus terrores, e suas crenças mais íntimas. Tingiam a monotonia com cores. Coziam verbos, lã, adjetivos e seda. É por isso que textos e tecidos compartilham tantas palavras: a trama da história, o nó da questão, o fio da meada, o desenlace do relato, costurar um acordo, rasgar o verbo, tecer comentários, urdir um plano. É por isso que os velhos mitos falam do pano de Penélope, das túnicas de Nausicaa, dos bordados de Aracne, do fio de Ariadne, da linha da vida que as Moiras fiavam, da tela dos destinos que as Nornas costuravam, e do tapete mágico de Sherazade".
O Infinito em um Junco, de Irene Vallejo
Agradecemos a todos que participaram, contribuíram e se engajaram sem medir esforços na realização de mais um encontro. Gratidão!
Designer gráfico: Alexis Silva
Parceiros:
- José Augusto
- Ilta Albernaz
- Renatinha - ReCria - Decoração Afetiva
- Chayene Cotrin
- Marco Aurélio - Querubim
Silvia S Sant'Ana
Uberlândia, 20 de agosto de 2023.

Que encontro maravilhoso!!! Lindo do início ao fim! ❤️❤️❤️❤️